Carne de minha carne, te desprezei!
Sangue do meu sangue, não te enxerguei!
Pedaço mais bonito de mim, não te amei!...

Soluça hoje meu coração partido
ao vê-lo passar
sem mesmo me olhar...

Retribuis, sem saber a minha negligência...
Não te conheço
nem me conheces.
Benditos anjos que ocuparam o meu lugar
e te fizeram homem,
te fizeram forte,
te fizeram sábio,
te fizeram bom...

Bendito ventre de onde saíste
que sofreu as dores que eram minhas,
que velou teu sono no meu lugar,
que esteve contigo em todos os teus momentos
e ouviu, com carinho, os teus lamentos!

Benditos seios que te alimentaram!
Benditas mãos que te acalentaram!

Na minha vil pequenez
nem mesmo meu nome te dei.
Na infâmia dos meus atos
escondi do mundo todos os fatos.
Que rico passado eu poderia ter tido
se tivesse sido teu amigo!
As histórias lindas de tuas travessuras...
O sorriso farto pelas tuas bravuras...

Hoje brilhas no teu caminho
e eu, aqui, choro sozinho
a dor do amargo arrependimento.
Corrói a minha alma o amargor
por não ter te dado o meu amor!

Miserável ser,
vegetando de fracasso em fracasso
sem lenitivo para o meu cansaço,
padeço a dor de não ter sido por ti amado.
Morro aos poucos sem ter tentado!

Cleide Canton Garcia
13/01/03

Página Poética Cleide Canton

Poema escrito especialmente para o site Reflexão de Vida.

Obrigada querida amiga Cleide e parabéns por seu talento.

Sueli
(publicado com autorização da autora)

 

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