Senti aos quinze anos
que a dança do amor jamais mudaria de planos,
seria sempre daquela maneira corriqueira,
eu correndo atrás de alguém que não me queria bem

 Aos vinte entendi que não era exatamente assim.
Alguém poderia também correr atrás de mim,
e eu superior na dança do amor
fingiria não perceber
até o instante que ele resolvesse me esquecer

 Aos vinte e cinco começaram as decepções.
Os términos e as desilusões,
as lágrimas infinitas
as insônias malditas

Aos trinta fui apresentada a traição.
E tive que conviver com essa terrível questão.
Nessa mesma ocasião descobri como era ser trocada,
esquecida e ignorada.

 Aos trinta e cinco
procurei com afinco.....um novo amor,
e que dor.......foi tão difícil de achar.
Encontrei almas encantadoras
e também destruidoras.
Almas gêmeas e impostoras,
mas ninguém ficou comigo
terminei no ostracismo

Agora aos quarenta
a gente inventa...
Inventa que é feliz.
que tem o amor que sempre quis.
inventa que se alimenta de paixão,
que o coração ainda palpita de emoção.

 E talvez aos cinqüenta eu descubra,
que aos quinze fui feliz,

que aos vinte
eu tive o que eu quis, 

que aos vinte e cinco
as noites mal dormidas
poderiam ter sido resolvidas.

 Que aos trinta
a traição foi o melhor ingrediente da emoção,
e que nessa época o gostoso foi dar o perdão.

 Que aos trinta e cinco
buscar um amor não causou assim tanta dor.
É bem verdade que foi com dificuldade
mas ainda existia na minha alma
uma grande carga de força e vitalidade.

 E que agora aos quarenta
inventar pode ser gostoso,
sonhar, delicioso
e esperar, prazeroso

 ...mas enfim quando eu chegar aos cinqüenta,
será que vou descobrir finalmente
que a solidão assolou meu coração?
Que desde os quinze vivi mergulhada na ilusão?
Como serão os meus sessenta então?

 Acho que aos sessenta...
Quem sabe uma nova dança a gente inventa.

Silvana Duboc

Publicado com autorização da Autora

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