Precisamos repensar os jovens brasileiros e
o papel que eles representam na sociedade. São o
nosso futuro.
Nestes dias tivemos a morte de três jovens,
assassinados em brigas entre torcidas organizadas
de clubes de futebol profissionais, com resquícios
de crueldade . Agora eles estão em blocos
carnavalescos. Um deles do chamado Pavilhão
Nove ( que não se perca pelo nome) foi
espancado até a morte, por turbas de jovens. Frios
os assassinos, parece-nos que vibram com o
esfolamento. Estes crimes hediondos só acontecem
em grupos, demonstrando uma covardia sem par dos
autores. Matam e se escondem atrás do grupo.
Ninguém sabe quem matou e quando alguém sabe se
cala e não testemunha.
São grupos de bárbaros e covardes, que
mostram a sociedade em que vivemos.
De quem é a culpa e o que podemos fazer
para evitar esse ódio entre os jovens?
Os culpados são vários.
Os pais que não dão o melhor caminho aos
seus filhos, permitindo que eles
participem desses grupos. Às vezes há a
comunicação dos pais, porém os filhos não querem
ouvir. Infelizmente outros não têm pais, outros
têm a família desagregada e se realizam
socialmente mostrando aos seus “amigos” que são
valentes ( quando no fundo com esses atos
violentos, demostram sua covardia).
O país que não oferece oportunidades de
empregos ou uma melhor forma de direcionar o jovem
para o bem , fazendo com que o jovem não tenha
tempo ocioso que lhe permita criar pensamentos
maquiavélicos e cruéis. A ociosidade faz o bandido
ou o marginal. Não basta só estudar é preciso
trabalhar. O filho de nossa empregada doméstica
tem 15 anos de idade. Garotão sadio, forte, vive
com a mãe .Não tem pai . Estuda de manhã . A tarde
pode começar o problema. Enquanto ela trabalha o
dia todo , ele fica em casa e agora na rua com
outros jovens jogando vídeo game, tocando violão,
vagabundando, no bom sentido. A
mãe está desesperada com medo das companhias e da
ociosidade que pode levar a fins trágicos. Não
consegue emprego, e além do mais não tem idade
legal para o trabalho. Horrível essa idade mínima
de 16 anos para trabalhar . O jovem deveria poder
trabalhar a partir de 12 anos, sem prejuízo do
estudo. Só lhe resta rezar e pedir a Deus que o
filho não desande para o
mal.
Este é o retrato do jovem carente. Com
certeza não é esta a expectativa de vida que o
jovem gostaria de ter. O jovem precisa de
esperança e de objetivos sadios.
Precisa de força de vontade e coragem
O ócio é o laboratório do diabo.
O meio em que vive é outro fator/causa,
onde os “ amigos ”se encarregam de levar o jovens
para os maus caminhos. O jovem cresce num clima de
violência. Drogas e armas se incumbem
do resultado negativo de mais
jovens que representarão um alto custo
para a sociedade. Será mais um ônus a agravar a
nossa já combalida situação econômica . Sabem
quanto chega a custar um
jovem
infrator internado nas Febens de
alguns
estados ? De R$ 4.000
a R$
7.000, por mês e nem sempre com sucesso na
reeducação . Pelo contrario, às vezes, a
internação pode ser útil para tornar um jovem,
catedrático em crime.
Façam uma visita a um shopping, a uma
favela ou a um jogo de futebol em um dia de semana
a tarde, e vejam quantos adolescentes circulam sem
nada ter o que fazer. Não são só carentes ou
moradores de periferia.
A Unicef publicou
neste 2003,
que dos 21 milhões de jovens brasileiros
entre 12 e 17 anos de idade, 38% , ou seja, 8
milhões vivem em áreas de
risco (1.300.000 são analfabetos ou
semi-analfabetos), sendo que
mais de 4 milhões não trabalham.
Não há políticas públicas para inserção do
jovem na cidadania, salvo algumas exceções
governamentais ou trabalhos de algumas ONGs.
Temos dúvidas se baixar o limite da
imputabilidade penal para 16 anos resolveria a
questão . Uma simples canetada não resolve . O
jovem não deixará de praticar crimes por que
baixou o limite legal da imputabilidade. Não
podemos pensar só na repressão. O jovem precisa
mais de amor e afeto, mais de educação e
trabalho.
Enquanto a
sociedade pede
punição,
há milhões de jovens clamando por medidas
educacionais preventivas.
É preciso mais solidariedade e menos
egoísmo, com limites éticos e morais.
Os desajustes sociais
são conseqüências das causas apontadas.
O problema do menor infrator não é de
polícia , mas do meio ambiente em que vivem, de
violência social, de miséria, de falta de emprego
e principalmente, da falta de vontade política
para prevenir.
É mais fácil reclamar da polícia do que
ajudar na prevenção da criminalidade com trabalhos
sócio-educativos.
O social deve ser a prioridade, anos luz à
frente do econômico.
Milton
Bigucci-24-02-03
Voltar
Quer
Enviar Por E-Mail?
Clique
Aqui
Copyright
2003-Reflexão de Vida
Webdesigner-Sueli Pioli
Bigucci
Texturas
Moon&Back
Todos
os direitos
reservados
|